Gestão Hídrica
Com a parceria do Instituto Terra, completamos, em 2 de março de 2017, a proteção das primeiras 511 nascentes, 251 em Minas Gerais e 260 no Espírito Santo.
“A nossa esperança é que num futuro próximo possamos acelerar e ganhar escala para a verdadeira recuperação das nascentes e das matas ciliares, que farão o filtro de chegada de todos os resíduos minerais em direção ao rio”, afirma Sebastião Salgado, fundador do Instituto Terra, que mobilizou 217 proprietários de áreas rurais onde estão as nascentes – 103 em Minas Gerais e 114 no Espírito Santo. “Temos de aumentar esse ritmo de recuperação para ampliar o fluxo de água que vai lavar a calha e, assim, permitir a recuperação ambiental do rio.” Outras 500 nascentes estão previstas para 2017.
Ao mesmo tempo, estamos contratando a organização que irá nos ajudar a localizar onde será realizado o plantio dos 40 mil hectares, que em grande parte irão restaurar o corredor de matas ciliares ao longo do rio Doce. “Essa recuperação vai considerar o território como um todo, envolvendo grandes e pequenas propriedades rurais”, prevê Roberto Waack, presidente da Fundação Renova. Também vamos identificar os viveiros que irão produzir as mudas das espécies típicas do bioma de Mata Atlântica a serem plantadas. “Se eu pudesse dar uma sugestão, diria para que eles pegassem nossos jovens para trabalhar porque além de estudo, eles conhecem como ninguém a região. Desejo para o rio Doce uma recuperação urgente, que sejam plantadas árvores rio acima e que haja a soltura de peixes. Se você dá à natureza, ela te responde. Ela é muito grata. Espero que eu possa tomar muito banho nele ainda e fazer minha purificação”, confia Joelma Fernandes Teixeira, 42 anos, produtora de frutas e hortaliças na comunidade Ilha Brava, em Governador Valadares.
Joelma Fernandes Teixeira Por Alexandre Battibugli
O treinamento de jovens e adultos para trabalhar nesse grande esforço de proteção de nascentes e de restauração de Áreas de Preservação Permanente é uma oportunidade que já identificamos e que devemos levar adiante, com o apoio de organizações como o Instituto Terra.
Milhares de amostras de água e de sedimentos têm sido coletadas desde o rompimento para entender os impactos e propôr ações de remediação. O acompanhamento de longo prazo da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, bem como da zona costeira do Espírito Santo precisa de um sistema de monitoramento constante da qualidade da água. Esse programa de nome complicado – Programa de Monitoramento Quali-quantitativo Sistemático de Água e Sedimentos do Rio Doce, Zona Costeira e Estuários (PMQQ S) – já está em fase final de definição. Vamos instalar uma grande malha de medidores em quatro trechos da bacia e também nos estuários e zona costeira do Espírito Santo.
ÁGUA PARA LAVAR O RIO DOCE
Como parte dos programas de compensação, a Fundação vai trabalhar para restaurar 40 mil hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP) ao longo de toda a bacia do rio Doce nos próximos dez anos andam junto com a recuperação de 5 mil nascentes nesse mesmo período. São esses mananciais que irão gerar água adicional para lavar a calha do rio e melhorar sua qualidade.
O primeiro passo é cercar e proteger as nascentes, regenerando a vegetação para que ali se tenha a quantidade de árvores na proporção de 1.200 plantas nativas por hectare.