Fundação Renova

PRODUTOR RURAL DE PARACATU DE BAIXO PARTICIPA DE PAINEL EM CONGRESSO DE AGROECOLOGIA

Publicado em: 28/11/2019

Economia Local

Evento reuniu cerca de 4 mil pesquisadores, estudantes, técnicos e agricultores

Waldir Pollack, produtor rural de uma das cidades atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, e Bruna Marcatti, analista socioeconômica da Fundação Renova, participaram de um painel no XI Congresso Brasileiro de Agroecologia – Ecologia de Saberes: Ciência, Cultura e Arte na Democratização dos Sistemas Agroalimentares. O evento aconteceu entre os dias 4 e 7 de novembro, em Aracaju (SE), e contou com pesquisadores, estudantes, técnicos e agricultores. 

O evento é um espaço de diálogo entre conhecimentos científicos e práticos dentro da área de agroecologia. Foram abordados temas como a apropriação de tecnologias sociais para o campo, a troca de saberes entre agricultores por meios do método Camponês a Camponês, a educação do campo e a produção de alimentos saudáveis. 

Waldir e Bruna falaram sobre a experiência de revitalização das paisagens a partir de uma perspectiva agroecológica no painel “Rede de Agroecologia do Gualaxo: ressignificação do território pelos atingidos da barragem de Fundão em Mariana (MG)”. 

A analista explicou que a Fundação Renova se empenha em construir, coletivamente, com os produtores rurais, a Rede de Agroecologia do Gualaxo para a reparação do território. “Estamos ressignificando a existência dos agricultores que, embora na condição de atingidos,          querem permanecer no território, ocupar cada espaço de terra, produzir itens saudáveis para sua família, gerar vida e fincar raízes cada vez mais profundas nesses locais. Os produtores rurais conseguem compreender o poder da resiliência da natureza e da biodiversidade durante o processo de reparação”, afirma.

 

 

Experiência de longa data

Para Waldir, já são mais de duas décadas dedicadas à prática da agricultura sustentável na região. O produtor faz questão de chamar atenção para os benefícios de manter uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos e de outros produtos químicos. No painel, ele falou sobre sua experiência em sua propriedade rural, atingida pelo rompimento da barragem de Fundão.

Segundo ele, a oportunidade de participar do Congresso foi muito construtiva. O diálogo entre os participantes permitiu a construção de uma rede de saberes. “Foi uma experiência muito boa, todos os agricultores deveriam participar. A gente aprende muita coisa, são várias culturas diferentes. É a união do Brasil inteiro. E ver vários jovens e estudantes envolvidos é muito bom. A gente sai de lá feliz da vida”, conta.

O evento permitiu, ainda, discussões sobre os desafios dos cortes de verbas para as pesquisas de cunho ambiental e social, a falta de investimentos na agricultura familiar, os desastres socioambientais e a implantação dos sistemas agroalimentares de base  agroecológica como forma de resistência nos territórios, frente ao avanço da lógica de produção baseada na exploração dos recursos naturais e do trabalho humano.

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