Iniciativa, liderada pela UICN em parceria com a Fundação Renova, reuniu equipe multidisciplinar para analisar as melhores ações para restaurar e mitigar efeitos do rompimento no rio Doce
Como restaurar um ecossistema após um desastre? Foi o que buscou responder o Painel do Rio Doce, que encerrou suas atividades após quase seis anos. O projeto liderado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), em parceria com a Fundação Renova, deixou um legado de dez publicações científicas com 33 recomendações para a restauração da bacia atingida pelos rejeitos da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais.
O painel foi criado em 2017 e formado por uma equipe multidisciplinar independente, que trouxe avaliações e recomendações, nos aspectos socioeconômicos e ambientais, visando a restauração e mitigação dos impactos.
A iniciativa deixa análises e orientações para ações que serão executadas pela Fundação Renova, em parceria com órgãos públicos diversos, bem como instituições privadas, para que a biodiversidade da Bacia do Rio Doce seja restaurada e preservada.
Entre os desafios apontados pelo Painel do Rio Doce, estão o olhar para as questões climáticas e uma abordagem combinada de fonte-mar e de paisagem, considerando todos os impactos na qualidade da água.
Partes interessadas
As ações estão sendo debatidas e executadas pela Fundação Renova, CIF e suas câmaras técnicas, Governos Federal, estaduais e municipais, comitês de Bacia, órgãos estaduais e instituições reguladoras, poderes Legislativo e Judiciário e Ministério Público.
Também estão envolvidos universidades e institutos de pesquisa, corporações nacionais e internacionais, assessores do judiciário, população atingida e seus assessores técnicos, associações representativas, empresas privadas da bacia e ONGs que atuam no processo de restauração.
O papel da UICN
A UICN, especialista em projetos de restauração ambiental em todo o mundo, procurou apontar os melhores caminhos para a recuperação da biodiversidade afetada. Steve Edwards, gerente de projetos da instituição, explicou que algumas soluções adotadas foram utilizadas anteriormente em outros países, como a Nigéria e a Rússia.
“É algo que usamos antes em lugares desafiadores, como o delta do Rio Níger na Nigéria ou exploração de gás no Ártico e na costa da Rússia. Sentimos que poderia ser um mecanismo útil para os esforços de restauração da bacia do rio doce”, disse.