Ação promove a participação da comunidade no levantamento de dados sobre a qualidade da água e sedimentos no rio Doce
Lideranças da comunidade de Barra do Riacho, em Aracruz, no Espírito Santo, participam de uma iniciativa piloto com foco no acompanhamento das ações de monitoramento na bacia do rio Doce. Iniciada em maio, nos rios Riacho e Piraquê-açu, a atividade tem como objetivo promover a participação dos moradores no levantamento de dados sobre a qualidade da água e sedimentos.
Ao todo, sete pessoas, entre pescadores, representantes de associações e moradores da comunidade participam do grupo de trabalho. Realizadas em três etapas, as ações são conduzidas pela Fundação Renova com suporte técnico do laboratório Tommasi, especializado na coleta e análise de materiais ambientais, e promovida pelas equipes de Diálogo Social e do Programa de Monitoramento Qualiquantitativo Sistemático (PMQQS) do Espírito Santo.
Etapas
A primeira fase, já concluída, consistiu no acompanhamento da coleta de materiais. Realizada em dois dias, os participantes presenciaram os procedimentos necessários para a pré-coleta, coleta e pós-coleta. Os participantes esclareceram dúvidas e foram informados sobre os procedimentos, protocolos e cuidados para evitar contaminações e não comprometer o ciclo de amostragem e análise. As atividades também incluíram registro de informações sobre a localização do ponto de retirada dos materiais, temperatura do que foi coletado e clima do dia.
Na segunda etapa, prevista para julho, o grupo fará uma visita ao laboratório Tommasi, para acompanhar como são feitas as análises dos materiais coletados, que passam por parâmetros físicos (cor, turbidez, temperatura e odor), químicos (impurezas e metais pesados) e biológicos (coliformes e algas).
Por fim, os resultados das análises serão apresentados para toda a comunidade de Barra do Riacho no Fórum de Prestação de Contas, o Resulta, com data prevista para o dia 11 de agosto. Alexandre Barbosa Ribeiro, membro da Associação dos Pescadores de Barra do Riacho (Aspebr) e da Associação Comunitária de Barra do Riacho (ACBR), conta que tinha curiosidade em acompanhar de perto o processo. “Está sendo bem legal participar das ações, conhecer melhor o trabalho e levar informação sobre o nosso rio para a comunidade”, destaca.
Participação
O analista da equipe de Diálogo Social, José Felipe Carneiro, explicou a importância do acompanhamento da população no monitoramento dos rios. “A participação da comunidade é fundamental para compreender como são feitas as amostragens para análise da água bruta e sedimentos. Ter a oportunidade de conhecer o funcionamento dos equipamentos utilizados pelos laboratoristas e como os pontos de coletas foram definidos ajuda a esclarecer a atuação da Fundação Renova na região”.
De acordo com Henrique Filgueiras, analista do PMQQS, os interessados em participar devem procurar pela equipe de Diálogo Social. “A ação contribui para a apropriação dos resultados da qualidade da água que são disponibilizados na internet. A proposta é realizar uma visita monitorada periodicamente nas comunidades do Espírito Santo”.
Monitoramento
Além da coleta manual, existem também 82 pontos de monitoramento e 22 estações automáticas instaladas em mais de 650 quilômetros de rios e lagoas, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Os dados gerados são compartilhados com órgãos que regulam e fiscalizam as águas do Brasil e também são disponibilizados de forma didática para acompanhamento do público por meio do Boletim das Águas e do Portal Monitoramento Rio Doce.
Defesa Civil Aracruz
Por que a Defesa Civil do município não foi convidado para acompanhamento?