O estudo foi realizado na região marinha próximo à foz do Rio Doce
A equipe de monitoramento da qualidade da água da Fundação Renova coleta diariamente amostras de água e semanalmente amostras de sedimentos em 28 pontos no litoral do Espírito Santo. Esse monitoramento ocorre desde o dia 17 de novembro de 2015, antes da chegada dos rejeitos à costa.
Dos 28 pontos monitorados:
• 10 estão situados até cinco quilômetros da foz do Rio Doce;
• 12 estão a mais de cinco quilômetros da foz do Rio Doce; e
• 6 estão na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas e no Refúgio de Vida Silvestre (RVS), em Santa Cruz, distrito de Aracruz (ES)
Essa rede de monitoramento engloba a análise de, aproximadamente, 33 parâmetros para avaliação da qualidade da água e 22 parâmetros para avaliação do sedimento. Além disso, foi realizada uma avaliação para identificar a presença de rejeitos depositados no mar. Essa avaliação foi feita com base em observações visuais realizadas com auxílio de um equipamento conhecido como ROV (Remote Operated Vehicle).
O objetivo do trabalho é avaliar as condições da água e do sedimento em relação aos padrões de qualidade. Todas as análises são realizadas com base nos parâmetros indicados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), como turbidez, alumínio, ferro e manganês dissolvidos e totais. Esses são considerados parâmetros de relevância, ou seja, aqueles previamente identificados como influenciados pelo rompimento da barragem de Fundão. Os resultados são compilados em relatórios trimestrais enviados e analisados pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA).
Ao todo, 28 pontos são monitorados na foz do Rio Doce, no litoral do Espírito Santo. | Foto: Divulgação
RESULTADOS
De acordo com o relatório, o grupo de parâmetros constituído por alumínio (total e dissolvido), ferro (total e dissolvido), manganês (total e dissolvido), cor (verdadeira e aparente), sólidos suspensos totais e turbidez foram observados em níveis mais elevados logo após a chegada de rejeitos ao mar e durante os períodos chuvosos de 2015-2016 e de 2016-2017.
Esses parâmetros apresentam tendência de diminuição com aumento da distância para a foz do Rio Doce, principalmente na comparação entre a APA e os pontos mais próximos à foz. Já os outros parâmetros apresentaram tendência de diminuição e retornaram em grande parte a condições anteriores ao rompimento.