O jovem esteve na cidade para conhecer os Embaixadores da Justiça Climática e os trabalhos desenvolvidos pela Fundação Renova
A crise climática é um fato e suas consequências têm potenciais avassaladores. Cerca de 15 bilhões de árvores são derrubadas todo ano. A emissão de carbono mundial já ultrapassa os 36 bilhões de toneladas anuais. O aquecimento global tem o poder de promover mudanças dramáticas, com efeitos catastróficos, como enchentes, fome, pobreza, guerras e uma potencial crise de refugiados climáticos. Em um artigo, cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, afirmam que a principal arma para a compensação de carbono e o combate ao aquecimento global é o plantio de árvores. Em média, cada árvore adulta tira da atmosfera cerca de 10 quilos de CO² por ano. Em países de clima tropical, este número pode aumentar consideravelmente.
Foi aos 9 anos que o alemão Felix Finkbeiner começou a ter noção deste impacto para o meio ambiente. Ele é o fundador do Plant for the Planet que, há 10 anos, trabalha na mobilização de jovens e crianças para o plantio de mudas. Hoje, os Embaixadores da Justiça Climática formados pela organização já plantaram mais de 15 bilhões de árvores e têm a missão de plantar 1 trilhão até 2020. Este é um dos projetos de reflorestamento mais ambiciosos da história e irá ajudar a frear o aumento da temperatura global nos 2º C limitados.
Em Mariana (MG), duas Academias formaram mais de 100 embaixadores, que puderam conhecer, no dia 20 de novembro, o jovem por trás dessa iniciativa. “Estou muito feliz de ver todo o trabalho que está sendo feito aqui em Mariana, a mobilização, e de conhecer os embaixadores e seus planos para o futuro. Espero voltar em breve e ver que esta iniciativa está dando certo”, afirmou Felix. No evento realizado no Centro de Referência à Criança e ao Adolescente (Cria), além do encontro com os jovens, houve também uma oficina de gotejamento, plantio de mudas e apresentações culturais.
Para o diretor-presidente da Fundação Renova, Roberto S. Waack, a visita irá incentivar a mudança de mentalidade das novas gerações: “Felix é um exemplo da transformação que esta geração pode fazer no mundo. Sei que vários dos jovens participantes do Plantando Pelo Planeta irão seguir este caminho. É muito importante que a juventude se movimente, se fortaleça. O futuro desta região será desenhado por eles. A Fundação Renova espera, de alguma forma, colaborar com isso”, disse Waack.
A mudança de mentalidade já é notada em alguns jovens embaixadores, como é o caso do Gustavo Henrique, 9 anos. Ele se juntou ao programa por gostar de biologia e natureza e vem se engajando cada dia mais. “Depois que fizemos o plantio de mudas na Pista de Caminhada Alameda dos Inconfidentes, aqui em Mariana, fiquei tão empolgado em ver uma árvore crescer com os meus cuidados que comprei uma muda de ipê para plantar em casa. Agora, junto com os amigos que fiz aqui no projeto, estamos pensando em como montar um jardim botânico em Mariana”, comenta Gustavo.
Exemplos não faltam. Mauro Silva, há mais de 10 anos, por conta própria, cultiva e planta mudas de árvores em Mariana e nas regiões próximas. Por seu conhecimento e por ser um modelo de luta para essas crianças, ele foi escolhido como padrinho do projeto. “Fico muito feliz de ver este esforço sendo reconhecido e replicado. Estou disponível para ajudar, tirar qualquer dúvida sobre quais árvores plantar e como mantê-las”, afirma Mauro. Ele participa ativamente de todas as atividades do Plantando pelo Planeta e apoia estes jovens na luta por um mundo mais consciente.
O Plantando Pelo Planeta é um dos parceiros das ações de educação ambiental conduzidas pela Fundação Renova. Seu objetivo é conscientizar e mobilizar jovens e crianças na batalha contra o aquecimento global. Mesmo com a meta de plantar um milhão de árvores nativas ao longo do Rio Doce, o projeto tem a pretensão educativa, não reparatória. “A Fundação Renova tem programas que são voltados para a restauração florestal. Eles não se confundem com as atividades da Plant for the Planet no Brasil. A ambição do projeto é plantar um milhão de árvores nativas ao longo do Rio Doce. A escolha destes locais será feita pela população, através de um intenso processo de mobilização e participação. Em paralelo, a Fundação irá recuperar 50 mil hectares em áreas de nascentes, matas ciliares e reflorestamentos.”, esclareceu o presidente da Renova, Roberto Waack.